domingo, 13 de julho de 2014

Um novo bairro – planejado para absorver o crescimento da população, estimado em 17 mil novos moradores até 2030 – é a proposta do Plano Urbanístico para uma área de expansão em São José do Norte.



Um novo bairro – planejado para absorver o crescimento da população, estimado em 17 mil novos moradores até 2030 – é a proposta do Plano Urbanístico para uma área de expansão em São José do Norte. O investimento total é estimado em R$ 2,07 bilhões até 2030. O Município configura-se como importante área de crescimento do Polo Naval do Rio Grande, iniciando com o estaleiro EBR, em obras há um ano.
Resultado de um convênio entre Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) e Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), as diretrizes para um espaço de 380 hectares do Município foram apresentadas na tarde desta quinta-feira na Secretaria do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (Seplag). “O foco deste trabalho é criar as condições para a expansão ordenada da região. Não se pode correr o risco de que São José do Norte sofra dos mesmos problemas estruturais e sociais constatados em outros pontos de concentração da Indústria Oceânica no País”, avalia o vice-presidente da AGDI, Aloísio Nóbrega, que também é coordenador executivo do setor estratégico Indústria Oceânica e Polo Naval.
A consultoria M. Stortti, que desenvolveu o estudo técnico, realizou projeções desse crescimento populacional e as necessidades trazidas por ele. Com isso, chegou a diretrizes que incluem áreas residenciais, zona industrial, equipamentos como escolas e postos de saúde, além de melhorias em segurança, transporte e estrutura viária – tudo realizado em três etapas. Para isso, seriam necessários em torno de R$ 183,47 milhões até 2015, outros R$ 651,04 milhões até 2020 e ainda R$ 1,03 bilhão até 2030. Somando-se os R$ 206,11 milhões estimados para a construção de uma zona industrial de 14 hectares, chega-se a R$ 2,07 bilhões. Os valores são estimados, uma vez que não há ainda projeto executivo nem sondagens de solo, determinantes nos custos.
Os próximos passos do trabalho são a indicação de linhas do Governo Federal que contemplem esse tipo de investimento e a definição jurídica da permuta ou doação da área de expansão do Exército ao município de São José do Norte. O espaço, que fica há cerca de três quilômetros do centro histórico da cidade, deve prever também uma reserva ambiental. Em paralelo, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) articula estudo para mudança de traçado da rodovia BR-101.
Em 2013, a população do Município girava em torno de 26,7 mil pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somente o empreendimento EBR irá gerar 3 mil novos empregos diretos já em 2015, na construção de módulos e integração da plataforma de extração de petróleo P-74, a ser utilizada no pré-sal. O Município dispõe também de outras áreas para expansão do polo naval.
Participaram da reunião representantes do Governo do Estado – AGDI, Seplag, Metroplan, Secretaria-Geral de Governo (SGG), entre outros –, e da Fiergs, além do vice-prefeito de São José do Norte, Francisco Xavier.



 

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Mas, realmente eu não entendo, todos esse processo ao qual se refere este cidadão, pois quase todos Partidos são base do mesmo , como entender perseguição?



“Minha condenação 

foi um instrumento de vingança contra o  Partido

    dos Trabalhadores”





Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, José Dirceu fala sobre o processo do qual foi réu, da organização da direita no Brasil e dos desafios para a esquerda

 07/02/2013


Em um auditório lotado por mili­tantes sindicais, de movimentos popu­lares e ligados ao Partido dos Trabalha­dores (PT), José Dirceu, ex-presidente do PT e réu da Ação Penal 470, apelida­da pela mídia de “mensalão”, foi recebi­do com palmas e palavras de ordem. No dia 31 de janeiro, o PT estadual de Minas Gerais realizou um ato “em defesa do PT e dos direitos democráticos”, e também em desagravo ao ex-ministro e outros petistas condenados no Supremo Tri­bunal Federal (STF). Estavam presentes repre­sentantes de diversas esferas do partido (prefeitos, deputados estaduais e fede­rais, presidente do diretório municipal, de comissões legislativas e secretarias) que expuseram, em suas falas, a visão de que o julgamento da Ação Penal 470 foi um julgamento político, que teve a in­tenção de condenar, na figura de seus di­rigentes, o PT, sua história e projeto de governo, como um ataque de uma opo­sição entrincheirada em setores do Judi­ciário e da mídia.
Último a falar, José Dirceu denunciou os elementos inconstitucionais do pro­cesso, reforçou que a ação não termi­nou, defendeu sua inocência e expôs so­bre as reformas necessárias para o Bra­sil e o povo brasileiro. Em entrevista ex­clusiva aoBrasil de Fato, Dirceu fala sobre a direita no país, a regulação da mídia, a AP 470 e a reação do PT, além dos desafios e prioridades para a políti­ca nacional.

Brasil de Fato – Você colocou elementos na sua fala sobre o Judiciário e a mídia. Quem é a direita no Brasil hoje e como ela está se organizando? 
José Dirceu – Historicamente, a direi­ta representa classes sociais, os partidos também são representações. A coalizão de direita no Brasil hoje é a coalizão do PSDB, DEM, PPS, que se expressa numa coalizão parlamentar e em um conjunto de governos. Os setores mais organizados hoje, que acabam hegemonizando a direita, respondem mais a interesses do capital financeiro, do capital rentista e de setores do capital agrário. Quem procura dar coesão, palavras de ordem, são seto­res da mídia. A questão do Ministério Pú­blico e outros setores do Judiciário é que eles estão construindo uma teoria, e es­tão construindo instrumentos e decisões judiciais que expressam a visão dos inte­resses dessa direita. Isso é legítimo se é feito no Parlamento. É possível mudar o Código Penal para a direita ou para a es­querda; não é verdade que o Código Pe­nal não tem lado. É possível fazer uma lei de reforma agrária para de fato fazê-la ou uma lei que termine concentrando terra. Mas não é isso. Eles estão de certa ma­neira usurpando, procurando transferir esse poder para parcelas do Judiciário. Não diria que isso é uma corrente majo­ritária, porque ainda está em disputa.

Sobre o papel da mídia, você falou da importância de comunicar com o povo, da necessidade de um marco regulatório. Mas nesses 10 anos de governo não teria sido possível avançar no sentido de fortalecer uma imprensa alternativa, ou ter um projeto de comunicação mais robusto do próprio Partido dos Trabalhadores? 
Se nós conseguirmos aprovar uma legislação que permita isso sim, mas nós não temos maioria no Congresso; todos sabemos disso. E o poder Executi­vo tem instrumentos limitados, por isso se fala em regulação. A regulação, co­mo acontece nos outros países, é apro­vada no Parlamento, ou por referen­dos. Por exemplo, foi aprovada a regula­ção de obras audiovisuais, há uma agên­cia reguladora, que é a Ancine, que tem um fundo de R$ 1,2 bilhão, que defen­de a produção regional, a produção in­dependente e estabelece regras e limi­tes, inclusive impede o controle do ca­pital estrangeiro em alguns setores. Isso é regulação, como é também estabe­lecer limite de horário, idade, classifica­ção. Há inclusive regulação de conteúdo, como a regulação de propaganda de be­bida, como tem a possibilidade de regu­lar a propaganda de certos alimentos. Isso nós queremos.
Outra questão é desenvolver uma im­prensa. Para rádio e televisão, precisa de concessão, mas para a imprensa escrita, não. Você abre uma empresa e edita um jornal, uma revista. Isso depende da ca­pacidade de organização das forças polí­ticas de esquerda e populares, ou setores da sociedade comprometidos com de­terminados programas. A direita orga­nizou seus meios de comunicação atra­vés de capitalistas e de empresas capita­listas. O que nós não mudamos foi a for­ma de dar concessão, o direito de ante­na, uma concessão mais pluralista. Nós podíamos ter feito mais. Nós do PT, já que eu sou do PT, como também nossos governos. Mas isso não é a questão fun­damental. Eu concordo e aceito a críti­ca que nós podíamos avançar mais, mas sempre é preciso lembrar que para mu­dar a lei é preciso ter expressão no Con­gresso Nacional.

Mas e a questão da publicidade oficial? 
A publicidade do governo está regula­da por leis. A minha interpretação é que nós poderíamos nos apoiar em dois arti­gos da Constituição – o artigo do plura­lismo e o artigo do apoio à pequena em­presa – para fazer uma distribuição di­ferenciada e não apoiada apenas na vendagem, na audiência. Nessa perspectiva nós poderíamos ter avançado mais.

Você mencionou que a Ação Penal 470 não está concluída. Quais são as perspectivas do processo? 
É estarrecedor que um ex-ministro do Supremo faça um prefácio de um livro sobre o tema, sendo que a ação não ter­minou ainda. Isso demonstra o caráter político dela, de disputa política, de jul­gamento político do governo do Lula, do PT, e de certa maneira da esquerda. Eles quiseram transformar nisso essa ação e não apenas no julgamento de determi­nados crimes ou atos ilícitos praticados por dirigentes do PT. E não tem nada a ver com compra de voto nem com uso de dinheiro público. Está mais do que provado que eram empréstimos bancários que foram entregues ao PT, sem contabi­lizar, de uma forma que infringe a legis­lação eleitoral, e tem questões bancárias, fiscais para analisar. Mas eles transfor­maram no famoso ‘mensalão’ e na ques­tão de que havia dinheiro público que foi desviado, como se nós tivéssemos tirado dinheiro do Banco do Brasil. E nem é do Banco do Brasil, é da Visanet, que não é dinheiro público, vem de 0,1% de ca­da movimentação de cartão de crédito, é um dinheiro para propaganda. E a pro­paganda foi feita, há prova de que ela foi feita, como há prova que esses recursos saíram de dois bancos para duas empre­sas de publicidade, e depois para o PT. Mas transformaram isso numa ação po­lítica de enfrentamento conosco, de jul­gamento histórico, como eles mesmos disseram: ‘o maior atentado à República e à democracia’, ‘o maior caso de corrup­ção da história do Brasil’, ‘o maior julga­mento do século’. E isso é escandaloso, porque nós não tínhamos foro privile­giado, tinha que ser julgado por juiz na­tural, como aliás está acontecendo com o chamando ‘mensalão mineiro’, tucano, do PSDB. Nesse julgamento do STF, eles inovaram, violaram abertamente o devi­do processo legal, a presunção de ino­cência, o domínio do fato. Condenaram por condenar, porque tinham que con­denar. Tudo isso durante quatro meses e meio. Onde já se viu a Suprema Cor­te parar para julgar 35 réus, sendo que só três tinham foro na Suprema Corte, e sendo transmitido pela televisão, canal aberto, o dia todo, dez minutos no noti­ciário todo dia no jornal de maior audi­ência do país, abertamente defendendo os pontos de vista da acusação, não dan­do o mesmo espaço à defesa.

Você acha que a esquerda e o PT responderam à altura esse ataque? 
Estão respondendo, porque agora se trata também de um processo político, não se pode resolver essa questão a curto prazo, é uma questão de médio e lon­go prazo. Temos que ir acumulando for­ça, e crescendo o movimento de opinião pública, na base da sociedade, apresen­tar nossas provas. Além de fazer os re­cursos, que a Constituição nos permite, os embargos declaratórios, revisão pe­nal, apelar às cortes internacionais, que garantem a jurisdição. O juiz não pode fazer o papel de acusação no Ministério Público, assim como não se pode conde­nar sem provas. Vamos usar todos os re­cursos que temos direito.

Na sua opinião, qual seria a agenda prioritária em que os movimentos sociais e a esquerda deveriam se engajar nesse momento? 
Os movimentos sociais têm que se concentrar naquilo que é prioritário pa­ra cada movimento, cada um tem su­as reivindicações conforme sua posi­ção na sociedade. O movimento sindi­cal e o movimento pela terra – os sem-­terra e outros, como a Contag - já atin­giram um grau que entendem que seus programas vão além da defesa de reivindicações porque entendem que são ne­cessárias políticas públicas, estatais, pa­ra o conjunto da sociedade, por isso de­fendem também mudanças na estrutura política do país. Mas a prioridade para o Brasil nesse momento é o enfrentamen­to dessa ofensiva da direita. A priorida­de política. Sua outra faceta é uma reforma política, democrática, que pode pas­sar por um referendo ou uma constituin­te, já que o Congresso se recusa a fazer. O Senado já fez, mas fez a do voto pro­porcional. Aliás, aprovou o financiamen­to público, cláusula de barreira, voto em lista. Uma reforma que apoiamos. Tem também a necessidade de aprofundar as reformas sociais e econômicas que o país precisa, para crescer de uma manei­ra sustentável, com distribuição de ren­da, que garanta a soberania nacional e a integração sul-americana. A agenda po­lítica é essa. Lógico que a regulação da mídia é importante, a denúncia da Ação Penal 470 é importante, mas é preci­so fazer uma hierarquia de prioridades. Por isso é importante uma mesa que re­úna todos os movimentos e os partidos políticos de esquerda, para organizar essa agenda e organizar a luta. É preciso mais mobilização no país, minha opinião sempre foi essa.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

FHC critica Lula e diz que petista 'mama' na elite Tucano reagiu às declarações do petista sobre o artigo 'O papel da oposição' e o 'desafiou' para nova eleição


SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta segunda-feira, 18, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está sendo "malicioso" ao tentar colar a imagem da sigla tucana à das elites do País. "O Lula, que era contra a privatização, agora está em Londres falando para a Telefónica e ganhando US$ 100 mil. O filho dele é sócio de uma empresa de telefonia. Eles aderiram totalmente às transformações que nós provocamos e ainda vêm nos criticar dizendo que estamos a favor da elite contra o povo, enquanto eles estão mamando na elite. Cabe isso?", questionou FHC em entrevista ao programa "Começando o Dia", da Rádio Cultura FM.
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As declarações de Fernando Henrique foram feitas após o petista comentar artigo do ex-presidente tucano na revista Interesse Nacional, em que defendeu que o PSDB deve deixar de lado o "povão" e buscar diálogo com a nova classe média. "Não sei como alguém que estudou tanto e depois diz que quer esquecer do povão. O povão é a razão de ser do Brasil. E do povão fazem parte a classe média, a classe rica, os mais pobres, porque todos são brasileiros", ironizou Lula, após ministrar palestra em Londres.
Para Fernando Henrique, as declarações de Lula são "maliciosas". O tucano afirmou que o PT utiliza as políticas sociais "de maneira demagógica" e que a tentativa de ligar o PSDB às elites tem razão político-ideológica. Fernando Henrique disse que foi nos seus dois mandatos que foram iniciados os programas sociais que depois foram ampliados com a marca do governo Lula. "Me elegi duas vezes presidente, fiz políticas sociais e quem começou todos esses programas de bolsas foi o meu governo", afirmou.
Segundo FHC, o que ele defende em seu artigo é que "o PSDB caminhe falando com a população para ver quais são seus novos anseios numa sociedade que é muito mobilizada". "Não tem nada com a direita, e sim com os interesses novos da população", afirmou. De acordo com o ex-presidente, o PSDB deve fugir dessa "intriguinha" e discutir os problemas do povo.
Desafio. Fernando Henrique disse ainda que aceitaria disputar uma nova eleição contra Lula. "Ele (Lula) esquece-se de que eu o derrotei duas vezes. Quem sabe ele queira uma terceira. Eu topo", afirmou Fernando Henrique, adversário histórico de Lula e que foi eleito e reeleito para a Presidência da República em disputa contra o petista. "Se ele quiser discutir comigo, eu estou aberto", completou.


terça-feira, 8 de julho de 2014

Google Driver vai vir com mais 5 Gigabytes



Notícia Comentar 0 O Next Web recebeu um documento para parceiros do Google com uma informação pra lá de confidencial: detalhes concretos do Google Drive, o famigerado concorrente do Dropbox que está no forno de Mountain View há uns bons anos. Quer saber quando de espaço, em quais sistemas ele rodará e qual a provável data de lançamento? Vários rumores sobre o Google Drive surgiram nas últimas semanas, inclusive um acerca da data de lançamento - abril. Os novos, obtidos com exclusividade pelo Next Web, corroboram esse último. Segundo esse documento que, a princípio, deveria ser apenas para parceiros do Google (como a Lucidchart), o mítico Drive será lançado semana que vem

domingo, 6 de julho de 2014

Zezé di Camargo confessa que traiu a mulher por dez anos Depois de negar traições em várias entrevistas, o cantor decidiu abrir o jogo


Em entrevista à revista Contigo, o cantor Zezé di Camargo abriu o jogo e confessou que traiu a ex-mulher não uma ou duas vezes, mas várias durante um período de dez anos.
– Eu tive uma fase em que, casado, fui 'pegador' pra caramba". Com o sucesso, começaram a aparecer coisas que não apareciam. Eu magoei Zilú em vários momentos. Essa coisa de aprontar, pegar uma aqui, outra ali – contou à revista.
O cantor foi casado com Zilú por 30 anos. Eles estavam juntos desde a adolescência, quando a ex-mulher engravidou da cantora Wanessa, primeira filha do casal. Os boatos de separação começaram a circular há cerca de dois anos, mas só em 2012 os dois decidiram confirmar que estavam mesmo se divorciando. Na época, Zezé negou que traições tivessem a ver com a decisão.
Pé na bola

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Aécio inicia 'caçada' na coalizão de Dilma Tucano aproveita desgaste do governo com sua base e negocia para que partidos como PDT, PP e PTB não deem apoio formal à petista


A insatisfação de partidos da base aliada com o governo da presidente Dilma Rousseff levou o PSDB a sair à caça de legendas aliadas ao Palácio do Planalto com o objetivo de montar palanques para a provável candidatura do senador Aécio Neves (MG) à Presidência da República em 2014.
Nas últimas semanas, os tucanos, entre os quais Aécio, intensificaram as conversas com "aliados" de Dilma, cortejando parlamentares, presidentes de partidos e governadores. O alvo são siglas como PMDB, PP, PTB, PSD e PDT, que têm em comum a afinidade com o governo do PT e com administrações tucanas pelo País.
A ideia é aproveitar o momento de desgate entre base e governo e abrir negociações que, se bem-sucedidas, evitariam o apoio formal de alguns desses partidos a Dilma - e, por tabela, desidratariam os minutos da petista no horário eleitoral na TV.
As conversas ainda estão embrionárias, já que o cenário tende a mudar até junho de 2014, quando há convenções, mas a estratégia já foi definida. Os tucanos farão concessões em Estados de modo a apresentar a aliados de Dilma "argumentos" para que, pelo menos, declarem independência. Um levantamento sobre potenciais alianças em todo o País foi encomendado ao secretário-geral do PSDB, deputado Mendes Thame (SP), e servirá de base para as negociações.
Como forma de demonstrar boa vontade com o PP, por exemplo, o PSDB pode apoiar a candidatura ao governo do Rio Grande do Sul da senadora Ana Amélia (PP). Aécio mantém boa relação com o partido, que ocupa a vice-governadoria em Minas e que tem em seus quadros um tio do tucano, Francisco Dornelles (RJ). O mineiro também pediu a aliados que se aproximem do senador Ciro Nogueira (PI), liderança do PP no Nordeste.
Alianças. Na presidência do PSDB desde maio, Aécio passou a costurar pessoalmente alianças, em contatos que abrangem de desafetos do PT, como Roberto Jefferson (PTB-RJ), a aliados, como o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), com quem esteve domingo e que protagoniza conflito com petistas que querem candidato a sua sucessão o senador Lindbergh Farias (PT). Na semana passada, o PMDB também foi alvo de investidas por meio de Paulo Hartung (PMDB), ex-governador do Espírito Santo, que deve apoiá-lo no Estado. Aécio mantém ainda contato com os irmãos peemedebistas Geddel e Lúcio Vieira Lima que, em disputa com o PT baiano, ameaçam abrir palanque para o tucano.
O PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, também está na mira do PSDB. Em Minas, deputados estaduais ameaçam sair da legenda caso seja formalizado o apoio ao PT. Há conversas encaminhadas com o PDT, de Carlos Lupi (RJ), e com o deputado Paulinho (SP), da Força Sindical - os tucanos querem o apoio formal do Solidariedade, partido a ser criado pelo parlamentar na eleição de 2014.
Os tucanos admitem que a base aliada ameaça o governo com a "romaria" a Aécio e a Eduardo Campos. Mas avaliam que as tratativas podem render frutos. Ciente do ataque, o Planalto se previne. Na semana passada, convidou o PTB para assumir a vice-presidência do Banco do Brasil.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Se conseguir, como deseja, controlar a cotação do dólar no câmbio paralelo, o governo argentino deve em seguida criar normas para o contrabando e tabelar o preço das drogas nas bocas de Buenos Aires

 
                                                  Tudo Dominado
 
 
Enviado por: Roberto Twiaschor
Pergunto ao Tutty: porque só na Argentina? E no Brasil, não? O contrabando de armas e drogas anda solto na imensa fronteira do Brasil, mormente com o Paraguai e com a Bolívia, respectivamente. Nas normas do tabelamento das drogas o governo deve prever o tal gatilho: cada vez que a inflação aumenta 10%, o preço da droga acompanha. Outra sugestão: assim como temos o Ministério das Minas e Energia, porque Dilma não cria o 40º Ministério ( tendo Ali Babá como paradigma), o Ministério do Contrabando de Armas e Drogas?

terça-feira, 1 de julho de 2014

PSDB usa Lei de Acesso para 'checar' paternidade dos programas federais Partido opositor pergunta a ministério quando as medidas de combate à pobreza foram lançadas; ideia é fustigar Dilma


O embate entre o PSDB e o PT sobre a paternidade dos programas sociais do País, que já dura semanas, teve ontem novo desdobramento. A direção nacional do partido tucano encaminhou ao Ministério do Desenvolvimento Social um documento solicitando informações oficiais, com base na Lei de Acesso à Informação, sobre a origem e a estruturação dos programas sociais e também do Cadastro Único - principal ferramenta de organização desses programas.
Ao justificar o requerimento, o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, disse que o objetivo é "rebater mentiras com informações oficiais".
Referia-se especificamente ao pronunciamento feito pela presidente Dilma Rousseff, no dia 27, em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, quando disse que o PT não herdou nada dos governos que o antecederam. "Dilma negou que o PT tenha recebido do governo Fernando Henrique Cardoso o Cadastro Único", diz a nota.
O requerimento de Guerra, com oito perguntas, é uma extensão do discurso feito no dia anterior, em Goiás, pelo pré-candidato de seu partido à Presidência da República, Aécio Neves. O ex-governador mineiro disse que o cadastro, que possibilitou a unificação de ações de transferência de renda, foi criado em 2001, no mandato de Fernando Henrique Cardoso. "É herança do PSDB", reivindicou.
No texto do documento enviado ao governo, o PSDB lista, uma a uma, as leis do governo Fernando Henrique sobre o assunto. Lembra que o cadastro foi instituído pelo Decreto n.º 3.877, de 24 de julho de 2001.
O ministério, que até ontem à tarde não havia recebido o documento, não quis se pronunciar sobre o assunto - que deve continuar rendendo polêmicas, alimentadas sobretudo pelo clima de pré-eleição.
É uma situação bem diferente da que se verificava em setembro de 2003, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma cerimônia em Brasília especialmente para anunciar que estava unificando cinco programas de transferência de renda herdados do governo anterior. A palavra-chave da época era "evolução".
Na época, o governo se debatia com a implantação do Cadastro Único, que, apesar de criado por lei, não estava estruturado. Por causa disso, certas famílias de miseráveis não recebiam nada, enquanto outras ganhavam três ou quatro bolsas.


domingo, 29 de junho de 2014

Tabela da Copa Copa do Mundo de hoje – Veja os jogos desta segunda-feira 30 de jun


30 Junho, 2014


Mais um dia de Copa do Mundo na tela do SporTV, e nesta segunda-feira é dia de França x Nigéria e Alemanha x Argélia, com a melhor equipe de comentaristas e as melhores imagens dos dois jogos das oitavas de final! E o SporTV2 ainda transmite mais um dia decisivo na grama de Wimbledon.



Copa do Mundo



França e Nigéria disputam nesta segunda-feira mais uma partida das oitavas de final, em partida que acontece no Mané Garrincha, em Brasília, a partir de 13h. A transmissão do SporTV fica por conta da narração de Odinei Ribeiro e os comentários de Wagner Vilaron e Ricardo Rocha, além das reportagens de Pedro Mota.

No outro jogo do dia, a Alemanha enfrenta a Argélia no Beira-Rio, em Porto Alegre, às 17h. A transmissão do Canal Campeão terá a narração de Luiz Carlos Jr. e os comentários de Lédio Carmona e Belletti, e ainda as reportagens de Guido Nunes.

Os vencedores dos jogos acima se enfrentam nas quartas de final da Copa do Mundo, no Maracanã. E quem passar terá pela frente, nas semifinais, o vencedor de Brasil x Colômbia.

A oposição e a mídia estão em ALERTA MÁXIMO com a "visita" que o jornalista Franklin Martins faz no dia de hoje ao Palácio do Planalto para uma "conversa de pé de ouvido" com a presidente Dilma Rousseff.

A oposição e a mídia estão em ALERTA MÁXIMO com a "visita" que o jornalista Franklin Martins faz no dia de hoje ao Palácio do Planalto para uma "conversa de pé de ouvido" com a presidente Dilma Rousseff.



Ex-ministro (Comunicação Social) do governo Lula, Franklin conhece tudo sobre o comportamento (mau comportamento) das famílias que controlam as comunicações no BRASIL, e tem algumas "propostas" para que a DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO passe a vigorar no nosso país, ao invés da DITADURA DA DESINFORMAÇÃO que hoje, a MÍDIA controlada pelo GAFE, impõe.



Eu ouvi dizer não sei onde, e não lembro quem foi que me disse, que Franklin Martins GOSTOU MUITO do pronunciamento da presidente, feito em cadeia de rádio e televisão, para comunicar a redução das tarifas de energia e desmentir a boataria da Mídia sobre a possibilidade de APAGÃO. Me disseram ainda, que talvez venha por aí um CHÁ COM A PRESIDENTA, nos moldes do CAFÉ COM A PRESIDENTA. O CHÁ seria as 5 h. da tarde, e pela TV. É possível ainda que Franklin Martins volte.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Nos bastidores do sequestro do voo 114, o mais longo realizado no regime militar Nos primeiros dias de 1970, ex-marido da presidente Dilma e militantes viraram notícia mundial e ainda falam da Ditadura. Leem que vcs entederam. os fundadores do partido que se dizem ilibados.








Fotos de Arquivo Pessoal






Eram tempos de "Brasil: Ame-o ou deixe-o!". E opositores, perseguidos pela ditadura, sequestravam aviões para fugir do país, boa parte para Cuba — foram 15 casos entre 1969 e 1972. A partir de relatos de tripulantes, sequestradores e passageiros, ZH, em continuação à reportagem publicada no domingo passado, revela os bastidores do mais longo e dramático sequest
Marília Guimarães e um dos filhos, hoje adultos


Aos 24 anos, a professora Marília Guimarães era peça importante na Vanguarda Popular Revolucionária, a VPR, organização armada de extrema esquerda que lutava contra o regime militar naquele final dos anos 1960.
Dona de uma escola com 800 alunos no bairro Coelho Neto, no Rio de Janeiro, ela usava o estabelecimento para reuniões e copiava no mimeógrafo panfletos para o grupo. A situação se complicou muito quando militares invadiram a escola exigindo explicações sobre o equipamento, que dias antes tinha sido escondido na casa de um guerrilheiro, preso em Niterói, em fevereiro de 1969.
Sozinha, com dois meninos de três e dois anos para criar — o marido Fausto Machado Freire, também do movimento, estava preso por se envolver em assaltos —, ela corria o risco de ir para cadeia a qualquer momento. Marília abandonou tudo, fugiu com as crianças para Minas Gerais, onde nascera e tinha parentes, e a decisão da VPR foi de tirar os três do Brasil. Como? Sequestrando um avião no Uruguai, onde tinha aliados e apoio dos Tupamaros, grupo guerrilheiro local.
Mãe e filhos desembarcaram de ônibus em Porto Alegre, vindos de São Paulo, no começo de dezembro de 1969. Marília se hospedou no Hotel São Luiz, depois no Majestic.
— Via o Mario Quintana no café da manhã, mas não me sentia à vontade em falar com ele — recorda.
O destino dela seria decidido em encontros à beira do lago da Redenção, com André, o nome falso de Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, primeiro marido da presidente Dilma Rousseff, também integrante do grupo. Galeno era um dos coordenadores no RS da VAR-Palmares — resultado de uma fusão ocorrida meses antes, da VPR com a Colina (Comando de Libertação Nacional).
Das reuniões, também participava James Allen da Luz, o Andrada, guerrilheiro da ala vermelha, a mais radical da VAR-Palmares, que vivia refugiado no Uruguai e comandaria o sequestro. Era a largada da operação que em poucos dias desafiaria o regime militar.
Um Fusca na fuga de Porto Alegre
Em uma madrugada naquele dezembro de 1969, Marília, os dois meninos e Galeno se espremeram com bagagens no banco traseiro de um Fusca, partindo de Porto Alegre para Montevidéu. Sentado à frente, um casal de amigos entregou novos documentos. Na viagem, a professora seria Miriam. Na capital uruguaia, se instalaram em uma pousada.
Foram compradas passagens para o Brasil para Galeno, Marília, as crianças, James, e outros três guerrilheiros: Athos Magno Costa e Silva, Isolde Sommer, a Severina, e Luiz Alberto da Silva, o Conga — o único sem registro nos arquivos policiais e que se juntara ao grupo na última hora. O voo escolhido era o 114, da Cruzeiro do Sul, com partida às 19h32min de 1º de janeiro de 1970. Como o plano foi programado para o meio de um feriadão, a data exata da operação acabou confundindo jornais da época, que chegaram a noticiar que a decolagem havia ocorrido na véspera.
Enquanto os guerrilheiros definiam detalhes da ação naquela manhã de quinta-feira, o piloto de avião Mário Amaral e o colega Hélio Borges curavam em Ipanema, no Rio, uma ressaca da noitada de Réveillon. Até que o telefone deles tocou. Um Caravelle da Cruzeiro que voltaria do Uruguai no começo da noite tinha estragado no aeroporto de Carrasco, e eles teriam de fazer uma viagem de emergência para cumprir a rota do voo 114.
— Estávamos de folga, fui dormir bêbado, lá pelas 4h (do dia 1º). Mas o cara da escala me ligou. Aí, reclamei: porra, e o cara do sobreaviso? — conta Borges.
— Tá doente — respondeu o interlocutor.
Estava abortado o feriadão de Ano-Novo de Amaral, Borges e outros cinco colegas.
— Voltava do enterro da minha sogra quando fui avisado. Fomos só com a roupa do corpo, sem mala, sem nada — lembra o comissário José Omar da Silveira Morais.
O Caravelle, prefixo PP-PDZ, decolou do Galeão às 15h com os sete tripulantes, chegando perto das 18h na capital uruguaia. No saguão do aeroporto de Carrasco, Marília se virara para segurar bolsas com roupas, fraldas, mamadeiras e cuidar dos filhos. Inquietos, os meninos corriam toda vez que uma porta abria em direção ao pátio dos aviões. Prestativo, um policial se apressou em entreter as crianças.
— Uma ironia, ajudando uma pessoa que sequestraria um avião — recorda Marília.
A ordem é ir para Cuba, mas, antes, é preciso parar em Buenos Aires
Embora não existisse detector de metais no aeroporto uruguaio de Carrasco, Marília embarcou apreensiva no Caravelle. Baixinha e magrinha — pesava apenas 42 quilos—, aparentava ser mais obesa. Sob o tubinho, moda naquela época, usava uma bermuda elástica que escondia seis revólveres.
Atrapalhada com bolsas, crianças e bagagens no corredor do avião, Marília aproveitou a confusão para ir ao banheiro, retirar as armas e entregar uma para cada colega. Considerando os sequestradores, eram 26 passageiros — 12 brasileiros e os demais uruguaios, argentinos, dois romenos e um norte-americano.
Os sequestradores se espalharam pelos 64 lugares do Caravelle, quase vazio. Marília, os filhos e Galeno ficaram no meio. James Allen da Luz, o líder, se acomodou na primeira fila. Isolde Sommer e outro sequestrador foram para o fundo. Quatro minutos depois da decolagem, a aeronave ainda inclinada, Nerly Baradel, chefe dos comissários, saudava os passageiros com anúncios de praxe.
— Senhoras e senhores, este é o voo 114 com destino ao Brasil, com escalas em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro...
Alguém resmungou que o voo original não pararia em Porto Alegre, quando James sacou o revólver e gritou:
— Agora!
Empurrou Nerly e invadiu a cabina, que não ficava trancada. Lá estavam o comandante Mario Amaral, o copiloto Silvio Eduardo de Carvalho Fróes e o segundo oficial Hélio Borges.
— Estava meio sonado e apareceu aquele maluco com um revólver na minha cara, um Smith & Wesson, muito bonito, niquelado, engatilhado. Via as balas no tambor — diz Borges.
James anunciou o sequestro, exigindo que a aeronave fosse para Cuba. O comandante tentou argumentar. Advertiu que o Caravelle só tinha combustível para duas horas e precisaria parar em Porto Alegre para abastecer.
— Brasil, não — gritou James.
A alternativa era Buenos Aires. O piloto reprogramou os controles e avisou:
— Senhores passageiros, fiquem calmos, o avião está sendo sequestrado.
Ao ouvir o alerta, Sofia Ferber, 70 anos à época, desmaiou, caindo ao lado do marido José Ferber, 72 anos. O casal de poloneses naturalizado uruguaio viajava com a filha Sara, 39 anos, para o casamento do outro filho, em São Paulo. No fundo do avião, os comissários Eliete Dias de Carvalho e Ogier Passos Soares também já estavam dominados. Passos ofereceu aos sequestradores cigarros, fósforos, lanche, água, café, bebidas. Tudo estava ao dispor.
— A tensão era grande, e tentamos agradá-los. Sabe-se lá qual seria a reação. Estavam ali para ganhar ou perder — lembra ele.
Os militantes redigiram um manifesto contra a ditadura. Borges deveria descer para reabastecer a aeronave em Buenos Aires e entregar o documento às autoridades locais.
O pedido de pouso em Ezeiza exigia contato com a torre de controle, e os pilotos relataram o que ocorria no aparelho. Com problemas cardíacos, José e Sofia Ferber foram os únicos a descer, separando o casal da filha Sara. O assunto logo chegou à imprensa.
— Avisaram ao mundo inteiro que eu estava no avião com duas crianças. Foi o que salvou as nossas vidas — comenta Marília.
O Caravelle foi abastecido, a contragosto das autoridades argentinas. Mandaram alinhar caminhões na pista para trancar a passagem, mas não conseguiram impedir a decolagem.
Isolde, participante do sequestro, chamava atenção pela beleza  FOTO: Reprodução 
O passageiro secreto
Já era madrugada de sexta-feira, 2 de janeiro de 1970, e o Caravelle se aproximava da pista do aeroporto Cerro Moreno, em Antofagasta, no norte chileno, para o segundo reabastecimento.
Apesar de os pilotos desconhecerem a rota — a Cruzeiro do Sul não voava para o Chile —, a viagem transcorreu sem sobressaltos. Preocupado com a onda de sequestros de aviões, o copiloto Sílvio Eduardo de Carvalho Froés já vinha pegando informações com colegas sobre o caminho para Cuba. E durante o reabastecimento em Buenos Aires, o segundo oficial Hélio Borges tinha ganho um mapa de navegação nos Andes de um profissional da Varig.
Em terra chilena, o clima era de serenidade. O governo socialista de Salvador Allende era simpático às causas dos guerrilheiros brasileiros. Além de combustível, Borges e o comissário José Omar da Silveira Morais puderam descer para pegar comida e jornais.
Mas, dentro do avião, uma passageira, Mary Nôvo (já falecida), explodia de raiva. Ela e o marido, o engenheiro civil Luiz Fernando Nôvo, voltavam para São Paulo depois de alguns dias de férias na Argentina e no Uruguai. E Mary não se conformava com a situação.
— Minha mulher colocou o dedo na cara de um deles e deu uma de mamãe. Disse: "Você é um desgosto para a tua mãe, ela nunca mais vai te ver" — recorda o engenheiro.
Surpresa maior com os passageiros ainda estava por vir: sentado bem à frente, Flávio Macedo Soares, 29 anos, dava início a uma "queima de arquivo". Com um faca de metal, cedida por uma comissária, rasgou um bolsa de lona, lacrada com uma tarja verde e amarela. A todo instante, ia ao banheiro e voltava. A movimentação chamou atenção.
— Perguntei ao Galeno: você acha que esse homem está com dor de barriga? E fomos ao banheiro. O vaso e outros compartimentos estavam todos entupidos de papéis. Não dava para ler. Penso que eram relatórios da Operação Condor. Ele levou o maior susto quando foi descoberto — lembra Marília Guimarães.
Soares, já falecido, era secretário do Ministério das Relações Exteriores. Sua missão: transportar a mala diplomática até o Rio de Janeiro — o meio mais seguro para remessa de documentos oficiais e secretos que não podiam ser despachados pelo correio.
Quando Brasília descobriu que Macedo estava entre os passageiros, o pânico se instalou no Itamaraty, mas em sigilo absoluto. Os temores eram: Soares estava ou não com a mala diplomática? Quem colocaria as mãos nos documentos sigilos, os sequestradores ou os comunistas cubanos? Nos céus dos Andes, Soares enfrentava uma turbulência pessoal.
— O James achava que ele estava a serviço da CIA, que estava armado. Falou ao comandante que iria interrogá-lo e, caso reagisse, seria morto — diz Borges.
A tripulação se desesperou. O secretário do Itamaraty foi revistado e, por sorte, só portava o passaporte vermelho. Depois, com um revólver apontado para o peito, teria sido obrigado a escrever uma carta na qual admitia ter violado a mala diplomática. Em Havana, os documentos rasgados, parte deles sujos de fezes e urina, teriam sido entregues a autoridades locais, que, por sua vez, teriam devolvido os papéis ao secretário do Itamaraty. Ao final do sequestro, o governo brasileiro evitou falar sobre o episódio.
27 horas de medo em Lima
Assim que o trem de pouso tocou o aeroporto Jorge Chávez, em Lima, o Caravelle foi cercado por militares peruanos. A ordem do general Velasco Alvarado, presidente do Peru, era de negociar à exaustão uma rendição, "matando" os sequestradores no cansaço.
A ação dos brasileiros era manchete mundial naquele 3 de janeiro de 1970, e jornalistas, políticos e curiosos correram para o aeroporto. Autorizado a providenciar o reabastecimento do avião, o segundo oficial Hélio Borges desceu com uma carta para entregar a repórteres que se apinhavam na pista.
Mas poucos conseguiram ler a mensagem dos sequestradores porque disputaram o papel aos empurrões e rasgaram o bilhete. Uma das frases dizia que o grupo pertencia à VAR-Palmares e que os dois meninos não eram reféns. Marília, a guerrilheira que fugia para Cuba com os dois filhos — o principal motivo do sequestro do Caravelle—, lembra ter visto faixas de apoio a ela nas janelas do aeroporto. Mas, aos poucos, foram sumindo, enquanto se aproximavam carros militares de combate.
— Era uma praça de guerra. Colocaram uma metralhadora quase encostada na cabina. Queriam bloquear o avião de qualquer jeito. Soube, depois, da preocupação com aquela mala diplomática do Itamaraty, mas, na hora, não liguei um fato a outro — recorda Borges.
Logo que desceu, ele foi chamado para falar com autoridades peruanas, e voltou à aeronave como uma proposta: asilo político para Marília e os filhos. A contrapartida: liberar os reféns, que seriam transferidos para uma aeronave militar.
— Não aceitei. Invadiriam o avião com meus companheiros lá dentro — recorda Marília.
Além das dificuldades diplomáticas, a viagem até Cuba estava ameaçada por um grave problema técnico: uma pane elétrica impedia o acionamento do motor direito e o sistema de refrigeração. As baterias torraram, e o aeroporto não dispunha de equipamento específico para acionar aquele tipo de turbina — Caravelle era um modelo em desuso e já não pousava mais em Lima.
A companhia Avianca trouxe baterias da Colômbia. Eram velhas e não funcionaram. As horas avançavam, e os militantes, cada vez mais impacientes, ameaçavam matar reféns.
— Pedi baterias novas, pelo amor de Deus. Todo mundo puto da cara dentro do avião, nervoso, falando coisas horríveis. Depois de quase um dia de conversa, concordaram em comprar — lembra Borges.
A companhia LAN levou outro equipamento do Chile. Enquanto isso, repórteres e fotógrafos faziam plantão no aeroporto, e alguns sequestradores se exibiam na cabina do Caravelle. Com um cartaz de Che Guevara nas mãos, Athos Magno Costa e Silva afirmava que iriam treinar com guerrilheiros cubanos e celebrar os 10 anos da ascensão de Fidel Castro. Isolde Sommer, a outra mulher do grupo, foi destaque na capa de jornais.
— Ela era uma jovem morena, linda, com as pernas maravilhosas. Vestia uma minissaia estampada, com um palmo de comprimento — lembra o comissário José Omar da Silveira Morais, hoje com 72 anos e morador de Barbacena (MG). Após 27 horas em Lima, o avião seguiu para o Panamá.
No Panamá, plano de invasão assusta comissário
Nada poderia ser pior do que as tenebrosas 27 horas em Lima, mas a parada seguinte do voo, reservava momentos de tensão no Panamá, a última escala antes de Cuba.
Nem os tripulantes nem os sequestradores previram que o ambiente seria tão hostil. Sob forte domínio de Washington, o país estava recheado de militares americanos que controlavam a região do Canal do Panamá, com treinamento de guerrilha e tortura na selva.
A chegada, na manhã de 3 de janeiro de 1970, até que foi tranquila. O Caravelle parou longe do saguão, e os únicos que se aproximaram foram dois funcionários da Shell, em um Jipe, para providenciar o abastecimento.
Como nos outros países, o segundo oficial Hélio Borges desceu com um cartão de crédito da Cruzeiro do Sul para comprar o combustível. Foi quando avistou um homem de terno e gravata, caminhando na direção do veículo. Era um representante da embaixada do Brasil, exigindo que todos desembarcassem.
— Falei que já tinham tentado isso no Peru. Mas voltei ao avião, e a resposta dos sequestradores foi: "Não tem papo, manda ele à merda".
Borges seguiu no Jipe para o hangar da Shell e foi abordado por outro homem falando português, acompanhado de militares e seis soldados panamenhos com fuzis a tiracolo. Era um coronel do Exército:
— Preciso da sua ajuda. Tenho ordens de parar este avião aqui. Como vai ser?
— Ele queria me dar uma pistola 45 para que eu atirasse no primeiro sequestrador que visse dentro do avião. Claro que disse não. Aí ele falou: "Então, vamos mandar comida envenenada ou colocar gás na tubulação de ar". Vai matar muita gente, eu disse — lembra Borges.
Outro oficial brasileiro, indignado, gritou:
— É por causa de um bunda mole como você, que estão sequestrando avião.
Enfurecido, Borges se virou de costas em direção ao galpão de combustíveis. O coronel o agarrou pelo braço e advertiu:
— Faça o que achar melhor, mas antes me diz o teu nome. Fique sabendo que, ao voltar ao Brasil, você vai ver o que é bom pra tosse.
O comissário José Omar da Silveira Morais desceu para buscar refeições e viu marines americanos atrás de árvores, com uma metralhadora com luneta e mira telescópica apontada para a cabine do Caravelle. Um militar teria tentado cooptá-lo, oferecendo uma arma.
— Eu deveria entrar atirando e eles, depois. Como não sabiam quem eram os sequestradores, seria um banho de sangue. Eu seria o primeiro a morrer. É claro que não aceitei — diz Silveira.
Suspeito de ter colaborado com os sequestradores, Silveira foi pressionado no Brasil. Acabou perdendo o emprego dois anos depois. Hoje, luta por indenização. Sempre negou relação com os militantes.
Além de combustível, a aeronave precisava de um lubrificante para turbinas. Funcionários reviraram armários da Shell, folhearam catálogos em busca de um similar, e nada. Para completar, o aeroporto de Tocumen não dispunha de fonte de energia para acionar os motores do Caravelle. Após cinco horas, as turbinas foram acionadas com baterias velhas.
Em Cuba, os papéis se invertem
viagem entre a Cidade do Panamá e Havana durou duas horas e 15 minutos. O tempo todo com luz vermelha piscando no painel da cabine do Caravelle. Quase sem lubrificante, uma das turbinas ameaçava ter uma pane a qualquer instante. A recepção no aeroporto José Martí também estava a cargo de militares. Mas, desta vez, aliados dos sequestradores.
Um grupo de oficiais entrou na aeronave perguntando quem era a mulher com os dois filhos. Carlos Lamarca, um dos chefes do grupo guerrilheiro Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), tinha enviado carta para El Comandante Fidel Castro, pedindo uma atenção especial a Marília Guimarães.
— Cheguei que era um trapo em Havana, quase delirando. Passei a maior parte do tempo (dois dias) sem comer e sem beber com medo de envenenamento. Só molhava os lábios com o que tinha nas mamadeiras das crianças. O sequestro terminaria quando acabasse o leite e a água deles — garante Marília.
— Os sequestradores davam as refeições, aleatoriamente, para pessoas da tripulação e esperavam bastante tempo para comer — lembra o copiloto Sílvio Eduardo de Carvalho Fróes.
Ele, os colegas e os passageiros foram levados pelos militares cubanos em um micro-ônibus para uma sala, também isolada, com sanduíches e refrigerantes.
— Fizeram muitas perguntas, querendo saber qual a tendência política da gente — conta a chefe dos comissários, Nerly Baradel.
O comissário Ogier Passos Soares afirma que, além do interrogatório, ainda foram submetidos à sessão de fotos e coleta de impressões digitais.
— Fotos de frente e de lado, como bandido — lamenta ele.
A alegação era de que a tripulação estava ali clandestinamente, pois não tinha autorização legal para pousar em Cuba. Os sequestradores foram acomodados no Hotel Capri, e os reféns, no Havana Riviera, distantes poucas quadras. Por algum tipo de precaução, foram todos proibidos de sair.
Apesar da liberdade para tomar banho e descansar, a alta carga de estresse impedia os reféns de adormecer.
— Fiquei 60 horas acordado. E, depois que cheguei em casa, também custei a dormir. Em uma situação dessas, você perde a noção do sono, do frio, da fome — conta o copiloto Fróes.
O sequestro tinha acabado, mas a confusão envolvendo o Caravelle iria longe. Além dos problemas mecânicos a serem resolvidos, a aeronave não poderia regressar ao Brasil sem o pagamento de taxas aeroportuárias cubanas — há relatos de que seriam de US$ 20 mil a US$ 50 mil.
Como os militares tinham cortado relações diplomáticas com Cuba em 1964 (reatadas só em 1986), o Brasil precisou pedir ajuda à embaixada da Suíça para desatar os nós.
Em 7 de janeiro de 1970, o Caravelle aterrissou no Galeão, no Rio de Janeiro, depois de uma escala em Porto Rico para dar explicações ao FBI (a Polícia Federal americana), em Manaus e em Brasília.
Em solo brasileiro, todos foram interrogados pela Aeronáutica e proibidos de contar a verdade sobre o sequestro mais dramático da aviação brasileira.

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