A origem do nome da cidade de São José do Norte apresenta duas versões:
Aprimeira versão surgiu em virtude da crendice de que os primeiros habitantes da região depositavam crença em São José e que os historiadores acrescentaram o restante do nome, "do Norte", porque era o Município que ficava ao norte do Município de Rio Grande.
A segunda versão conta que o nome "São José" era em homenagem ao rei do Portugal, D. José I. Na noite de 6 de julho de 1767, as tropas portuguesas, após violentos combates, expulsaram os espanhóis que haviam dominado o território e novamente nossas terras ficam sob o domínio de Portugal. Volta a ser hasteada a bandeira lusa e por ser o aniversário do rei D. José I, nosso Município, até então chamado de Norte, Arraial do Norte e Povo do Norte, recebeu o nome de São José do Norte.
Participação de São José do Norte na Revolução Farroupilha
Em 1836, a Vila de São José do Norte foi sitiada pelas tropas revolucionárias do Coronel Onofre Pires da Silveira Canto. Na Estância Real de Bujuru, essas tropas se abasteceram dos gados preciosos para sua manutenção, assim como em 1840 quando foi novamente sitiada pelos Farroupilhas, sob o comando do General Bento Gonçalves da Silva.
A batalha decisiva deu-se na madrugada de 15 para 16 de julho de 1840, quando as tropas imperiais comandadas pelo mostardeiro Coronel Antônio Soares de Paiva, travam luta contra as tropas farroupilhas comandadas diretamente pelo General Bento Gonçalves de Silva e José Garibaldi. Os combates tiveram início nos arredores da então Vila de São José do Norte, na madrugada do dia 16 de julho, cujo local era considerado ponto estratégico para as tropas que conseguisse a vitória e, conseqüentemente, pudesse se apossar do porto de mar que dominava a barra do Rio Grande. As trincheiras naturais da região que eram oferecidas pelos cômoros de areia favoreceram a posse do porto.
Depois de terem as tropas invasoras dominado praticamente a Vila, houve uma reação violenta por parte do Coronel Antônio Soares de Paiva, que havia recebido reforços do Rio Grande através de dois lanchões postados no canal. Com esses lanchões atacavam os farroupilhas aliados aos combates em terra.
Eram então nove horas da manhã quando Bento Gonçalves, que tomava a vila com cerca de 1200 homens contra 600 e que, ao final já estava enfrentando uma força numérica superior, determinou a retirada.
Os farrapos retiraram-se definitivamente, vendo frustradas todas as suas tentativas de conquista deste posto avançado, que no momento, representava a defesa do Império Brasileiro.
Garibaldi
Em 24 de janeiro de 1837, Guiseppe Garibaldi saiu da prisão onde fora visitar Bento Gonçalves carregando uma carta de corso que lhe dava o direito de apresar navios em nome da República Rio-Grandense, destinando metade do valor da carga para o governo da República. Ainda no Rio, ele toma o navio "Luiza", rebatizando-o de "Farroupilha". É o primeiro barco da armada Rio-Grandense. Depois de muitas aventuras (prisão no Uruguai, tortura em Buenos Aires), Garibaldi apresenta-se em Piratini em fins de 1837. Ao chegar à capital farroupilha, ele recebe uma missão: construir barcos e fazer corso contra navios do império. Dois meses depois, ele apresenta dois lanchões: o "Rio Pardo" e o "Independência". Mas havia um grande problema: a ausência de portos. Com Rio Grande e São José do Norte ocupadas pelo inimigo, e Montevidéu pressionada pelo governo imperial, os farrapos planejam a tomada de Laguna, em Santa Catarina. A idéia era um ataque simultâneo por mar e por terra. Mas como sair da Lagoa dos Patos? John Grenfell atacou o estaleiro farrapo, mas Garibaldi escapou com os Lanchões "Farroupilha" e "Seival" pelo rio Capivari, a nordeste da Lagoa. Daí resultou o mais fantástico acontecimento da guerra, e talvez um dos lances de combate mais geniais da história.
Foram postas gigantescas rodas nos barcos, e eles foram transportados por terra, levados por juntas de bois, até Tramandaí, a aproximadamente 80km do ponto de partida. O transporte foi feito através de campos enlameados pelas chuvas de inverno.
O ataque é feito de surpresa, com Davi Canabarro por terra e Garibaldi a bordo do "Seival" (o Farroupilha naufragou em Araranguá-SC) e resulta na conquista da cidade e na apreensão de 14 navios mercantes, que são somados ao "Seival", e armas, canhões e fardamentos. Em 29 de julho de 1839 é proclamada a República Juliana, instalada em um casarão da cidade. Mas o sonho durou apenas quatro meses. Com a vitória de Laguna, os farrapos resolveram tentar a conquista de Desterro, na ilha de Santa Catarina. Mas são surpreendidos em plena concentração e batem em retirada, com pesadas perdas materiais. Os navios de corso, contudo, vão mais longe.O "Seival", o "Caçapava" e o novo "Rio Pardo" vão até Santos, no litoral paulista. Encontrando forças superiores, voltam para Imbituba-SC.
Declínio
Em 1840 começou a decadência da revolução. Enquanto a maioria das forças rio-grandenses se concentrava no sítio a Porto Alegre, a capital, Caçapava, era atacada de surpresa. Os líderes farrapos consideravam Caçapava quase inexpugnável, em virtude do difícil acesso à cidade. A partir daí, os arquivos da República foram colocados em carretas de bois pelas estradas. Foi o tempo da "República andarilha", até que Alegrete foi escolhida como nova capital. Em Taquari, farroupilhas e imperiais travaram a maior batalha da guerra, com mais de dez mil homens envolvidos. Mas não teve resultados decisivos. São Gabriel foi perdida em junho, e alguns dias depois o General Netto só escapa do imperial Chico Pedro graças à sua destreza como cavaleiro. Em julho, novo fracasso farroupilha, desta vez em São José do Norte. Bento Gonçalves começa a pensar na pacificação. Em novembro é a vez de Viamão cair, morrendo no combate o italiano Luigi Rossetti, o criador do jornal "O Povo" órgão de imprensa oficial da república. Para piorar a situação, em janeiro de 1841, Bento Manoel discordou de algumas promoções de oficiais e abandonou definitivamente os farrapos.
PÉ NA BOLA.