O Brasil está cansado de escândalos. Entre tantas notícias ruins neste início de ano, o atual ministro da Justiça deu uma demonstração completamente contrária à democracia e à justiça no nosso País, ao admitir um acordo internacional que envolve a empresa Odebrecht na Operação Lava Jato. Ora, o digno ministro recebeu os representantes de pelo menos três empreiteiras: a UTC, a Camargo Correa e a Odebrecht. Como tais encontros ocorreram no silêncio e foram omitidos da agenda oficial? Por que os encontros só foram confirmados depois que a imprensa fez a denúncia?
Resta a dúvida de quantos advogados de réus menos expressivos o senhor ministro recebeu no Ministério. Por que, então, negar inicialmente os encontros se nada havia de errado? Por que nunca veio a público esta agenda do ministro para receber tais advogados?
O que temos que ter bem claro é que o Governo está comprometido até a raiz do cabelo com este escândalo e que, ao receber esses “amigos do governo”, só comprova sua culpa no cartório para esconder e negar os fatos, confirmando a suspeita.
Ao praticar tais desmandos, o ministro da Justiça comete um ataque à democracia e à justiça do nosso País, pois ele deveria ser a garantia de que tudo deveria ser apurado e na mais clara forma de justiça. Ao contrário, interfere, recebe e procura uma maneira de manobrar a solução de tais crimes. Uma pessoa desta estirpe não tem as mínimas condições de continuar como ministro da Justiça no país que tem como princípio básico a justiça.
Aliás, a justiça é representada por uma estátua com olhos vendados, significando que "todos são iguais perante a lei" e que "todos têm iguais garantias legais", ou, ainda, "todos têm iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade entre todos, mas a partir das atitudes do ministro, fere mortalmente tal princípio.
É muito grave o fato de que o ministro da Justiça tenha entabulado com os advogados dos suspeitos, manobras para que seus clientes omitissem contar o que sabem sobre o esquema corrupto que envolve, inclusive, políticos vinculados ao governo. Só restaria a este cidadão demitir-se do cargo para dar uma chance à justiça em nosso País, já tão vilipendiada por um Governo corrupto.
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