Tendo sido o primeiro filme pornográfico a ser visto pelas grandes audiências, Garganta profunda assumiu uma série de riscos, ao contrário da maioria dos filmes do gênero: tinha um roteiro com início, meio e fim, humor e uma estrela desconhecida e improvável chamada Linda Lovelace.
Quarenta anos depois, Lovelace, de Rob Epstein e Jeffrey Friedman, conta a história por trás desse fenômeno. Abandonando sua família estritamente religiosa, Linda Boreman se apaixonou pelo carismático aventureiro Chuck Traynor, que lançou sua carreira pornográfica.
O filme sobre o fenômeno de público agradou ontem na sessão para a imprensa, que antecedeu à sua noite de gala na mostra Panorama do Festival de Berlim.
Rebatizada de Linda Lovelace, a garota charmosa rapidamente se tornou uma sensação internacional, com sua incomum capacidade para a felação.
Assumindo inteiramente sua nova identidade, Linda se transformou numa porta voz da liberdade sexual e do hedonismo. Anos depois, no entanto, ela revela um lado muito mais sinistro e os segredos obscuros de sua própria história de vida.
Lovelace impressiona com desempenhos honestos e corajosos de Amanda Seyfried como Linda e Peter Sarsgaard como Chuck. James Franco vive Hugo Hefner, fundador da “Playboy”.
Como já haviam demonstrado no seu longa anterior, Howl, de 2010, os cineastas Epstein e Friedman, ganhadores do Oscar e mestres do formato documental, também se tornaram hábeis em usar histórias verdadeiras para adaptá-las para as telas. Este é um bom exemplo.
“Embora tenha sido exaustivo e fragilizante, é uma história fascinante que, na verdade, eu adorei fazer”, disse a atriz.
Lembrando que após o filme original, Linda Lovelace encontrou sua própria voz nos anos 80 para atuar nos movimentos de defesa da mulher, Epstein deu sua explicação para escolha de Sharon Stone no papel de mãe da personagem.
“Talvez tenha sido inconsciente devido à imagem erótica que ela tem, mas eu não nego que teve certa ironia e não foi de propósito. Jantamos com ela, oferecemos o papel e ela ficou entusiasmada para fazer o filme”, contou.
Friedman disse que o filme é apenas uma homenagem ao filme original, não é uma tomada de posição.
“Mas no que se refere à pornografia, o gênio saiu da garrafa e não vai voltar. Ela faz parte do dia a dia”, concluiu
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