- Planalto Basáltico
Representa a porção sul do
Planalto Meridional do
Brasil. O
norte e parte do
oeste do
estado são ocupados pelo
Planalto Basáltico, que descreve uma meia-lua em torno da
depressão central. Esse planalto, que tem como traço marcante a estrutura
geológica, é formado pelo acúmulo ou empilhamento de sucessivos derrames basálticos (isto é, derrames de
lava), intercalados de camadas de
arenito. Alcançam espessura muito variável. No
nordeste do estado registra-se a espessura máxima, responsável pela maior elevação do planalto nessa área.
A
superfície do planalto apresenta uma inclinação geral de
leste para oeste. No nordeste, junto ao
litoral, alcança sua maior elevação, entre 1.000 e 1.100m; em
Vacaria atinge 960m; em
Carazinho, 602m. Em
Cruz Alta, 469m; no extremo oeste do estado, junto à barranca do
rio Uruguai, não ultrapassa cem metros. A
topografia é plana ou levemente ondulada, mas os
rios, que banham a parte mais elevada, abriram nela profundos sulcos ou
vales, isolando compartimentos tabulares.
Um aspecto saliente do planalto é a forma de transição para as terras mais baixas com que se articula. A nordeste, cai diretamente sobre a
planície litorânea, com um paredão íngreme ou
escarpa, de quase mil metros de desnível: são os chamados "aparados da serra". Os rios favorecidos pelo forte declive abriram aí profundas
gargantas ou taimbés. Nesse trecho, próximo à divisa com
Santa Catarina, a escarpa à borda do planalto corre paralela à costa. À altura de
Osório, desvia-se bruscamente para oeste e a partir daí vai diminuindo progressivamente de
altura. Nesse trecho voltado para o
sul, os rios que correm para a depressão central abriram amplos vales. O rebordo do planalto basáltico recebe no Rio Grande do Sul, como nos demais estados meridionais, a denominação de
Serra Geral.
- Vale do Taquari e Vale do Rio Pardo
O
clima no Rio Grande do Sul é
subtropical úmido nas partes mais baixas e
temperado oceânico nas partes mais elevadas, constituído por quatro estações razoavelmente bem definidas, com
invernos frescos (com temperaturas baixas para os padrões brasileiros) e
verões quentes (amenos nas partes mais elevadas), separados por estações intermediárias com aproximadamente três meses de duração, e
chuvas bem distribuídas ao longo do ano.
Devido às diferenças altimétricas, o clima do estado divide-se ainda, segundo a
classificação climática de Köppen, nos tipos
Cfa e
Cfb. O clima oceânico com verões amenos (
Cfb) ocorre na Serra do Sudeste e na Serra do Nordeste, onde as temperaturas médias dos meses de verão ficam abaixo dos 22 °C, e o tipo
Cfa (subtropical úmido) nas demais regiões, onde a temperatura média do mais quente ultrapassa os 22 °C.
Devido à sua situação latitudinal (inserida no contexto das latitudes médias), o Rio Grande do Sul apresenta características peculiares diferentes do clima do resto do Brasil. As temperaturas do estado, em diversas regiões, estão entre as mais baixas do inverno brasileiro, chegando a -6 °C em cidades como
Bom Jesus,
São José dos Ausentes e
Vacaria, com
geadas frequentes e ocasional precipitação de
neve.
A temperatura mínima registrada no estado foi de -9,8 °C no município de Bom Jesus, em
1º de agosto de
1955,
[53] enquanto a temperatura máxima registrada foi de 42,6 °C em
Jaguarão, no sul do estado, em
1943.
[54] Municípios como
Uruguaiana,
Lajeado e
Campo Bom destacam-se em recordes de temperaturas altas no verão, registrando valores que, por vezes, chegam aos 40 °C. O estado está ainda sujeito, no outono e no inverno, ao fenômeno do
veranico, que consiste de uma sucessão de dias com temperaturas anormalmente elevadas para a estação.
No estado, a neve ocorre com maior frequência nas
regiões serranas do nordeste, entre as altitudes de 900 a 1.400 m, denominadas de
Campos de Cima da Serra, onde estão as cidades mais frias do país, como
São José dos Ausentes,
Bom Jesus e
Cambará do Sul (acima de 1.000 m de altitude), e
Vacaria,
São Francisco de Paula,
Monte Alegre dos Campos,
Muitos Capões,
Esmeralda e
Jaquirana (acima de 900 m), locais em que o fenômeno ocorre praticamente em todos os anos (geralmente com fraca intensidade e em poucos dias no inverno), além de outras cidades acima dos 600 metros de elevação, de forma mais esporádica. No resto do estado, a neve é muito rara ou nunca registrada. Porém, fortes
geadas podem atingir toda a área estadual, de maio a setembro.
Dos
ventos que sopram no
estado, dois têm denominações locais: o
pampeiro, vento tépido, procedente dos
pampas argentinos; e o
minuano, vento
frio e
seco, originário dos contrafortes da
cordilheira dos Andes.