22/04/2015 | 22h33
Poucas vezes um balanço de companhia aberta foi tão esperado e tão discutido. E menos vezes ainda importou tão pouco a chamada "última linha" – lucro ou prejuízo líquido dos exercícios, tanto do terceiro trimestre quanto de todo o 2014. As especulações de mercado para o ano passado iam de ganho ao redor de R$ 20 bilhões a perda perto de R$ 5 bilhões. O prejuízo acima de R$ 20 bilhões surpreendeu.
Nesta quinta-feira o mercado vai dizer, nas negociações com ações, se o balanço zarpou bem ou ancorou mal. A bolsa nesta quarta-feira inverteu até uma de suas máximas – subir no boato para cair no fato – e teve queda expressiva no valor das ações da estatal, superior a 3%, para fechar quase no zero a zero. É um reflexo da opacidade.
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Para a maioria dos brasileiros, o que mais interessa é o registro da perda com corrupção. Para os analistas, há outra palavra-chave antes da última linha, o que o pessoal da contabilidade chama de "impairment". Em tradução literal, quer dizer "deterioração".
Para a maioria dos brasileiros, o que mais interessa é o registro da perda com corrupção. Para os analistas, há outra palavra-chave antes da última linha, o que o pessoal da contabilidade chama de "impairment". Em tradução literal, quer dizer "deterioração".
Na prática, refere-se à diferença entre o valor contabilizado e o considerado justo para um ativo – uma refinaria ou uma plataforma, por exemplo. Foi a soma desses dois critérios que fez a antiga diretoria informar que as perdas chegariam a R$ 88,6 bilhões.
Quem conhece a Petrobras avalia que o número selou o destino da então presidente Graça Foster. No pedido às consultorias internacionais para que fechassem um valor às pressas, teria faltado computar as sinergias da estatal, que não são pequenas.
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