A Polícia Federal está investigando a suspeita de fraude em transferência de títulos eleitorais em quase duas dezenas de municípios gaúchos, entre eles, a apuração mais recente se refere ao município de Cidreira, no Litoral Norte.
Pouco antes da eleição, a PF solicitou informações à Justiça Eleitoral de Tramandaí, visando a fazer um cruzamento de dados de eleitores para verificar se houve transferência fraudulenta.
Conforme a delegada Diana Calazans Mann, chefe da Delegacia de Defesa Institucional da PF, a apuração em relação à Cidreira é preliminar.
— Os dados estão passando por uma análise preliminar para ver se há indicativo de irregularidade que motive uma investigação — explicou a delegada.
Antes do começo da campanha, em julho, a Justiça Eleitoral de Tramandaí recebeu uma representação de um grupo político pedindo que fosse feito o recadastramento de eleitores, pois haveria suspeita de que pessoas estavam fraudando documentos para votar em Cidreira. O Ministério Público se manifestou pelo arquivamento do pedido e o juiz eleitoral Emerson Silveira Mota acatou.
— Arquivamos pelo fato de que não havia mais tempo para o recadastramento. Depois disso, recebemos pedido de informações da Polícia Federal e então abrimos nosso sistema para que eles possam fazer os cruzamentos necessários — disse o juiz.
Mota também alerta para o fato de que se trata de um tipo de investigação difícil e demorada, cuja conclusão dificilmente deve interferir no resultado da eleição:
— A eleição transcorreu sem problemas, sem fraudes. Havia a informação de que eleitores podiam ser transportados de outras cidades, avisei a polícia rodoviária e não tive retorno sobre nenhum caso. Então, a apuração está sendo feita com cautela. Pode até ter ocorrido problema de transferência de títulos. Se houve, os envolvidos responderão a processo criminal e pode ser feito recadastramento, mas isso não deve reverter o resultado da eleição.
O trabalho da PF em relação a outros 18 municípios começou ainda em maio, na chamada Operação Extinção.