Setembro é mês de saudarmos os heróis de etnia gaúcha e, sobretudo, os heróis nortenses, que participaram da maior e mais bem organizada Revolução da América Latina: a Revolução Farroupilha, que não durou meses, mas sim, quase 10 anos, quando nada mais fez tremer tanto o Império, manchando de sangue o verde das coxilhas na formação da tricolor e gloriosa bandeira.
São José do Norte tinha 13 anos de emancipação quando terminou a Revolução e com sete anos, em 1840 enfrentou a terrível e sangrenta batalha, que não foi consequência maior graças ao espírito humano do incontestável líder Bento Gonçalves da Silva, que vetou a idéia de incendiar a vila.
Com o objetivo de dominar a entrada da Barra, Bento Gonçalves, Garibaldi, Domingos Crescencio de Carvalho e mais 1.200 homens farrapos atacaram, de surpresa, a uma hora da madrugada do dia 16 de julho de 1840, a então Vila de São José do Norte, quando ai sim teve início o combate toda a noite. Chovia e, junto com a chuva, o sangue corria travando o duelo, naquele tempo em que se resolviam as coisas no tapa, na briga, na peleia, no corpo a corpo e na briga de espada.
Saíram os farrapos de Viamão e a maioria da tropa de 1.200 homens foi composta no trecho de Palmares até o Estreito, com populares se integrando e fazendo parte do Exercito da Liberdade. Defendendo São José do Norte do ataque, tinha o Segundo Batalhão, sob o comando do bravo Coronel de Legião Antonio Soares de Paiva que, com aproximadamente 600 soldados, participavam do combate.
A peleia teve fim quando Bento Gonçalves não aceitou a sugestão de incendiar nossa cidade e pronunciou a frase histórica: "Por tal preço e sacarificação de tantas famílias não quero a vitória". Assim, ordenou aos farrapos que batessem em retirada, porque acreditava que sacrificar crianças, mulheres e idosos era cruel demais.
Resumindo, ambos venceram. Bento Gonçalves por poupar nossa cidade e Soares de Paiva por lutar. Prevaleceu o respeito e o bom senso entre os adversários, com a cedência de medicamentos por parte do Cel. Antonio Soares de Paiva aos farrapos feridos, enquanto Bento Gonçalves libertava os prisioneiros legalistas. Nem alguns fracassos, nem as intrigas políticas, nem algumas desavenças, nada tira o mérito daqueles que, como Bento Gonçalves saíram pobres da luta, fornecendo sua saúde e sua riqueza, para um povo que nele confiava e dele ouvia o Primeiro Grito de Liberdade, ecoando no pampa gaucho, dizendo que esta terra tinha dono.
Por reconhecimento, São José do Norte foi condecorada por D. Pedro II, através do Decreto Imperial n. 91, de 31 de julho de 1841, como "Mui Heroica Villa", pelo valor com que se defendeu do ataque.
A história de São José do Norte, grandiosa em seu significado, não poderia deixar de ser lembrada nesta semana, quando comemoramos a Semana Farroupilha, pois nosso povo, formado a partir de várias etnias, conquistou o verdadeiro significado das palavras "Mui Heróica Villa", ultrapassando limites e vencendo barreiras.
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